Climatologia de Agosto no Brasil

 

O Mês de agosto se foi. A climatologia registrou um mês considerado quente em grande parte do centro-sul do Brasil, parte do nordeste, setor sudoeste da região Centro Oeste e norte do Brasil. Praticamente não houve episódios acentuados de frio. Os episódios mais fortes de frio foram os ocorridos por volta do dia 6 e 7 de agosto, onde os termômetros marcaram 7.3°C em Porto Alegre e dias 26 e 27 de agosto (com 5°C em média nas áreas de maior altitude do sul do Brasil), quando atuação de uma massa polar adentra o oeste do continente Sul Americano derrubando as temperaturas nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, sul de Rondônia e Acre. Esta massa polar atingiu os três estados do sul e parte da região sudeste. Não houve geada ampla, que é comum ocorrer no mês analisado (principalmente nos três estados do sul e sul de Mato Grosso do Sul).

Do ponto de vista da precipitação tivemos um mês seco em quase todo o país. A exceção foi o Espírito Santo e sul da Bahia. No Espírito Santo choveu mais que o triplo daquilo que é esperado. Isto ocorreu devido à convergência de umidade impulsionada pelo Anticiclone do Atlântico Sul. Aliás, este anticiclone, neste ano, esteve bem forte e um pouco anômalo se comparado ao seu comportamento com anos anteriores. Geralmente ele atua sobre o Brasil em períodos do inverno bloqueando a passagem de frentes frias e entrada de massas intensas de ar polar. A configuração atmosférica em grande parte do mês de agosto foi de intenso bloqueio atmosférico. Temos aí uma explicação do porque da menor atividade de incursões de massas polares e frentes frias ao sul e sudeste do Brasil. As águas superficiais do Atlântico na altura do sudeste e sul do Brasil também estavam mais aquecidas que o normal. Houve também anomalias positivas de chuva no extremo norte do Brasil.

As chuvas de inverno em grande parte da região sul ainda não neutralizaram o déficit de precipitação que vem desde o ano anterior. As frentes frias pegaram mais uma trajetória oceânica, se estendendo até o leste da região.

São Paulo registrou um mês seco e quente. Praticamente não choveu no mês de Agosto de 2012. O que foi registrado na estação do Mirante de Santana foi uma chuva fraca no início do mês. Já no final do mês, devido a uma frente fria que veio do sul não foi suficiente para provocar chuvas generalizadas na região metropolitana. Foram registrados apenas chuviscos e chuva fraca isolada em alguns pontos.

Fazendo um balanço das capitais brasileiras: A situação é muito parecida com o que já foi descrito. Vitória, Boa Vista e Rio Branco foram as capitais que mais choveu. O destaque fica para Vitória, com 22 dias de chuva e 241 mm de chuva, 186 mm a mais da normal climatológica.

Do ponto de vista da umidade, devido ao grande bolsão de ar quente e seco foram registrados valores críticos na maior parte do país. O menor índice de umidade ficou com a cidade de Campo Grande, cravando os 13%. Outras capitais seguiram com valores bem críticos (abaixo de 20%) S.Paulo, Goiânia, Brasília, Cuiabá, Palmas e Porto Velho.

Abaixo uma tabela que mostra a média das temperaturas máximas e mínimas, como também o total de chuva das capitais brasileiras para o mês de agosto de 2012.

Agosto - 2012

Capitais	T. Máxima Média °C	T. Mínima Média °C	Precipitação (mm)
Aracaju	28,1	22,2	71,8
Belém	32,6	22,3	112,2
B. Horizonte	24,3	15,3	0,0
B.Vista	32,8	23,8	291,7
Brasília	26,1	14,4	0,0
C.Grande	30,8	18,0	1,2
Cuiabá	35,0	17,6	0,0
Curitiba	23,1	11,3	31,5
Florianópolis	23,0	16,1	60,9
Fortaleza	31,6	22,9	0,0
Goiânia	30,9	17,1	0,0
J.Pessoa	29,0	21,8	81,1
Macapá	32,7	24,1	78,2
Maceió	27,6	21,6	142,1
Manaus	33,8	25,1	26,6
Natal	28,7	20,8	63,2
Palmas	36,3	22,0	0,0
Porto Alegre	26,1	14,7	93,5
Porto Velho	35,7	18,9	16,2
Recife	27,5	20,5	178,5
Rio Branco	32,7	18,6	96,7
R.Janeiro	29,3	15,1	17,9
Salvador	26,4	19,8	137,4
São Luís	33,0	24,0	15,2
São Paulo	25,4	14,3	0,3
Teresina	36,4	20,0	0,0
Vitória	26,3	17,9	241,0

 

Quanto à temperatura, tivemos dois cenários: O primeiro cenário ocorreu na maior parte do país; temperaturas bem acima da média, causado pelo bloqueio atmosférico. Tivemos uma situação de veranico no sul e sudeste do Brasil. O segundo cenário, devido atuação do Anticiclone do Atlântico Sul, as temperaturas entre as categorias na média e abaixo da média no estado de Minas Gerais, centro-leste de Goiás, centro-sul do Nordeste, região Serrana do Rio de Janeiro e nordeste de São Paulo. Na serra da Mantiqueira e centro-sul de Minas Gerais foram registradas noites bem frias, devido a forte perda radiativa de calor noturno.

As capitais que registraram anomalias de temperatura máxima foram: Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Natal, Recife e Vitória. As anomalias de temperatura mínima foram observadas em Brasília, Cuiabá, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina e Vitória.

  Fonte e Créditos: CPTEC  

Elder

 

Copyright 2007-2012

 

Dois cenários de tempo no Brasil

O Brasil está sendo dividido ao meio pelo contraste de temperatura e atuação de uma frente fria, nestes últimos dois dias.

 Ao norte existe uma massa de ar quente e seca atuando de forma sistemática há varias semanas, impedindo ocorrência de chuvas e aumento de umidade. Este fator é muito comum neste período, uma vez que o Anticiclone do Atlântico Sul aumenta sua intensidade e área de abrangência sobre grande parte do território do Brasil. Geralmente no ultimo decêndio de agosto o ar fica aquecido e seco (com valores críticos de umidade relativa do ar). Neste ano as anomalias de temperatura se fixaram em parte do interior do Brasil já no inicio de agosto, devido ao bloqueio atmosférico imposto pela força do anticiclone, impedindo então o avanço de frentes frias e incursão de massas polares.

Já em parte Minas Gerais, sul nordestino e centro-leste goiano, as temperaturas se comportaram dentro da normalidade tendendo a abaixo da normal climatológica, devido ao fluxo de ventos vindos de leste, alimentado pelo mesmo anticiclone, abrandando as temperaturas mais elevadas do inicio do mês.

Ao sul tivemos nestes últimos dias a atuação de uma frente fria que a princípio se deslocou rapidamente e se tornou semi-estacionária entre o litoral norte da Região Sul e o litoral sul da Região Sudeste. Este sistema frontal trouxe chuva de baixa intensidade e baixo volume em grande parte destas regiões. Apenas algumas localidades houve volume mais satisfatório. O sistema também contribuiu com a interrupção de dias secos e aumento da umidade relativa do ar. Na capital paulista houve registro de valores críticos de umidade há alguns dias atrás.

 Na retaguarda do sistema frontal se estabeleceu ar mais frio, devido à passagem de um anticlone transiente ao sul do Rio Grande do Sul, Este sistema contribuiu com a diminuição acentuada das temperaturas na região Sul e parte do Sudeste.

Devido ao escoamento de ar mais favorável, a massa de ar frio adentrou mais facilmente pelo oeste da América do Sul, derrubando as temperaturas no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, sul de Rondônia e Acre. Temos aí mais um fenômeno de friagem. Ontem as temperaturas mínimas ficaram na casa de 11 a 13°C em localidades destes estados.

A tendência é de elevação de temperaturas nos próximos dias nestas regiões. O ar tende ficar instável até quinta feira em parte do Sul e Sudeste do Brasil

Elder



Abaixo é apresentado a previsão de tempo para as próximas 48 horas, elaborada por meteorologistas do CPTEC.

 

 

 

 

A frente fria alivia o tempo seco no sul e sudeste do Brasil

Uma frente fria que passa pelo oceano, trás alívio ao centro-leste do Sudeste do Brasil e grande parte do sul do Brasil. Com o avanço lento deste sistema frontal, são esperadas pancadas de chuva de moderada a forte em áreas de Santa Catarina e Paraná nas próximas 48 horas. Estas chuvas podem atingir o sul e leste de S.Paulo, Rio de Janeiro e Sudeste de Minas Gerais (na forma de chuvas isoladas).

A frente fria deve deixar áreas de instabilidade, ao longo da semana, sobre parte da região sudeste do Brasil. Com isto, há possibilidade de ocorrer chuvas isoladas em pontos isolados da central de São Paulo, leste de S.Paulo, centro, sul e sudeste de Minas Gerais e parte do Estado do Rio de Janeiro.

Portanto, teremos aí uma interrupção de dias secos no setor mais a leste da região. As chuvas não serão de volume acentuado, bem como não ocorrerá de forma generalizada.

Já no centro-norte de S.Paulo, centro-norte de Minas Gerais,  a próxima pêntada será ensolarada, com variação de nebulosidade principalmente à tarde, e baixa umidade relativa do ar.

 

Elder

Fonte:NOAA/GFS/SOMAR

Frente Fria e declínio de temperatura no sul do Brasil

Uma frente fria deve se deslocar rapidamente pelo sul do Brasil, provocando chuvas isoladas, principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sudoeste do Paraná. Atrás do sistema frontal há uma alta pressão transiente, que derrubará as temperaturas de forma acentuada. Os três estados do sul do Brasil estão sujeito ao declínio de temperatura, bem como o sul de São Paulo.

Entre segunda  e quarta feira há possibilidade de chuvas isoladas no sul de São Paulo e Capital Paulista. Só que estas chuvas não terão volumes elevados. Apenas irá amenizar o tempo seco que já dura vários dias. O aumento de nebulosidade e uma circulação mais favorável podem aumentar os valores de umidade relativa do ar em parte do Centro Oeste do Brasil

No final de agosto deve chover em áreas do Sudeste do Brasil, quebrando uma sequência de dias secos. Lembrando que estas chuvas tendem a ser de baixos volumes.  O leste desta região tem as maiores chances para ocorrência destas chuvas. O tempo pode permanecer seco no norte de São Paulo, Triângulo Mineiro e parte centro-oeste de Minas Gerais.

Vamos acompanhando a evolução do tempo, pois pode haver alteração, devido a atmosfera ser bastante dinâmica.

Fonte e Créditos: CPTEC

Elder

Sistema de Alta Pressão deve enfraquecer.

Nesta semana as chuvas devem avançar pelo sul do Brasil, quebrando uma sequência de dias secos. O sistema de alta pressão enfraquecerá, permitindo o final do Bloqueio atmosférico que dura algumas semanas sobre grande parte do Brasil.

Para terça feira, são esperadas chuvas fortes, com volumes significativos no sul do Rio Grande do Sul. Não se descarta queda de granizo e ventania nesta áreas. As chuvas fortes podem chegar até o centro do estado.

Para o final do mês, os prognósticos numéricos apontam chuva mais significativa para o centro-sul da região Sudeste do Brasil. Poderá chover em áreas de Minas Gerais, onde há mais de 50 dias não chove.

Uma onda de frio deverá atingir o sul do Brasil e sul da região Sudeste nos dias 25 e 26 de agosto.

Elder

Fonte e créditos: CPTEC

Fonte e créditos: CPPMet