O verão é caracterizado como a
época mais chuvosa do ano em muitas Regiões Brasileiras. As temperaturas
permanecem elevadas no Brasil. Geralmente, ocorrem chuvas intensas devido à
formação de sistemas meteorológicos propícios. Nesta época do ano há formação de um corredor
de umidade entre a Amazônia e o Sudeste do Brasil, que recebe o nome de Zona de
Convergência de Umidade (ZCOU). Quando ocorrem em dias sucessivos de chuvas intensas,
com associação as frentes frias semi-estacionárias, estabelece a presença da
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS ao longo de cada ano se
posiciona de acordo com o fluxo de umidade oriundo da Amazônia. Às vezes ela se
posiciona mais ao norte, principalmente em anos de La Niña e, mais ao sul em
anos de El Niño. Mas podemos ressaltar que esse posicionamento não funciona de
forma automática ou regular; há muitas variações entre um ano e outro. Também
podemos dizer que esse fluxo de umidade pode ser mais intenso ou menos intenso
entre um ano e outro. Outro sistema importante
que atua sobre grande parte do Brasil é a Alta da Bolívia, estimulando a formação
de áreas de instabilidade com trovoadas, principalmente à tarde e parte da
noite. Esta estação é marcada pelos
aguaceiros intensos, trovoadas e até dias contínuos de chuva.
No norte do Brasil, há uma maior
aproximação, a partir de janeiro, da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT),
permitindo fortes chuvas sobre a Amazônia, norte do Nordeste e incursionando
sobre o sertão nordestino. Entre o fim de Dezembro e início de Janeiro já
ocorrem trovoadas e chuvas isoladas sobre parte do sertão nordestino, quando
somente a partir de março há uma maior consolidação das chuvas sobre a região.
Nesta época do ano as incursões
de massas de ar frio ficam inibidas, portanto praticamente sem frio. Quando
ocorre alguma entrada de ar frio sobre o sul do Brasil, é de forma esporádica
ou em períodos curtos que não ultrapassam dois dias.
Tendência:
O verão 2013 será caracterizado
por fortes pancadas de chuva principalmente no período da tarde e parte da
noite. As chuvas devem ficar na categoria um pouco abaixo da normal climatológica
à dentro da normal climatológica na maior parte das Regiões Brasileiras. As
temperaturas se comportarão acima da média neste período estacional.
Norte:
No oeste e noroeste da região
devem ocorrer chuvas intensas com trovoadas. As chuvas serão localmente fortes
e com volumes significativos em curtos intervalos de tempo. As temperaturas
estarão um pouco acima da média. Em parte de Rondônia e sul do Acre podem
ocorrer dois cenários ao longo dos próximos três meses: um, seria com chuvas dentro
da média e outro, com chuvas abaixo da media, ou seja, as chuvas podem não ser
bem distribuídas ao longo da estação. Na Amazônia centro-oriental as chuvas
podem se comportar de forma mais irregular, com períodos de estiagem
intercalados com períodos de chuvas localmente fortes, trovoadas, e rajadas
fortes de vento. Será um período de temperaturas elevadas, ou seja, acima da
média.
Nordeste:
Os modelos climáticos ainda
apontam para manutenção das condições secas na região, principalmente no sertão
nordestino, apesar da chegada de algumas chuvas no inicio de janeiro ao sertão
nordestino. Portanto, não deve ainda amenizar as condições secas e severas
estabelecidas. Portanto, a região ainda deve continuar com baixos valores
pluviométricos, com chuva abaixo do esperado. As condições anômalas da
temperatura das águas do Atlântico continuam desfavoráveis para uma maior
regularidade na distribuição de chuvas. O norte da região deve experimentar
chuvas abaixo da média. A temperatura deve permanecer dentro dos valores para
estação no centro-leste da região e ligeiramente acima da média no oeste do
Nordeste.
Centro Oeste:
De acordo com as projeções para a
estação, o verão será bem quente, com temperaturas acima da média climatológica.
Há chance para ondas de calor entre a última dezena de Dezembro e meados de
Janeiro, não se descartam outras ondas de calor ao longo da estação. Portanto, poderemos ter
situações de idas e vindas de ondas de calor. Quanto à distribuição de chuva,
permanece o padrão de irregularidade das mesmas no tempo e no espaço. Há chance
para grande aguaceiros com trovoadas e rajadas fortes de vento. O Corredor de Umidade estará atuando um pouco mais ao sul da região, mas com
intensidade irregular. Há tendência para ocorrer estiagens principalmente
no leste da região ou possíveis veranicos. As chuvas ficarão abaixo do esperado principalmente na
primeira parte da estação, podendo convergir para a média climatológica a partir
da segunda metade do verão.
Sudeste:
O verão será típico em parte
desta estação. Deve começar mais seco e quente que o normal. A partir de meados
de Janeiro as chuvas podem ser mais intensas, porém mal distribuídas. Há chance
para o estabelecimento de temperaturas máximas extremas, principalmente no Rio
de Janeiro, Espírito Santo e leste da região. O sul da região pode experimentar
chuvas mais intensas, convergindo para a média. Em alguns pontos do Sudeste as
chuvas podem ficar acima da média histórica. Não se descarta grandes volumes de
chuva de curta duração, principalmente no estado de São Paulo e sua capital,
bem como no sul e zona da mata de Minas Gerais. Também podem ocorrer eventos de
tempo severo, chuva forte ou intensa em setores serranos do Rio de Janeiro, São
Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, bem como na Baixada Fluminense, região de Angra dos Reis e litoral Capixaba. Esses eventos extremos das condições de
tempo devem ser acompanhados nas previsões de curto prazo oferecidas pelos
institutos oficiais de Meteorologia. Sendo que muitas tempestades só podem ser
previstas com algumas horas de antecedência, com auxílio do radar meteorológico
e imagens de satélite.
Sul:
A estação mais quente do ano deve
se comportar de forma típica na região Sul. Onde haverá dias bem quentes com
temperaturas extremadas, como também dias de fortes temporais devido à
propagação de frentes frias e áreas de instabilidade. Nesta estação, o
centro-oeste da região terá temperaturas com o comportamento acima da média,
enquanto que o leste da região os termômetros ficarão dentro dos padrões para
esta época do ano. Na primeira fase da estação há chance para ondas de calor
intensas, seguidas de tempo severo, com ventanias e granizo, principalmente no
Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina e do Paraná. As chuvas poderão se
comportar entre a categoria normal a acima da normal climatológica, podendo ser
mal distribuídas ao longo dos próximos meses. Há chance para maior formação de
áreas de baixa pressão sobre a região. As águas do Atlântico tendem ficar mais
quentes que o normal, portanto há combustível para formação de fortes tempestades
no setor sudoeste do Atlântico na costa do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande
do Sul, Uruguai e foz do rio da Plata, bem como na faixa leste da região Sul.
Abaixo segue o comportamento climatológico da precipitação e a tendência climática de médio e longo prazo de outros centros de previsão.
Modelo Europeu
Fonte: ECMWF
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