terça-feira, 5 de março de 2013

Tendências e Águas de Março

 
 
Fonte e créditos: CPTEC
 
Esta semana (05-13/03) será marcada por temporais de verão em grande parte do Brasil. Esses temporais são frutos do aquecimento diurno combinado com a umidade disponível nas diversas camadas da atmosfera. As chuvas deverão ocorrer em forma de pancadas de chuva, acompanhadas de trovoadas principalmente à tarde e início da noite. 
As atenções deverão ser voltadas para a região litorânea do sudeste do Brasil, devido a anomalia positiva das águas do Atlântico na região, interagindo com o transporte de umidade do oceano Atlântico. Poderão ocorrer fortes temporais no Rio de Janeiro, como baixada fluminense e região serrana. Também poderá haver chuvas intensas no litoral de S.Paulo, a exemplo do  ocorrido em Cubatão e serra do Mar. As chances são menores no litoral sul do Espírito Santo, mas não se descarta a ocorrência de tempo adverso.
De acordo com os modelos numéricos as chuvas nos próximos 15 dias devem se comportar na faixa abaixo da média e dentro da média no centro-sul Brasileiro. Também, é bom destacarmos que a precipitação será mal distribuída no tempo e no espaço nesta primeira quinzena.
De acordo com a temperatura, teremos as próximas duas semanas com termômetros se comportando acima da média. As temperaturas estarão mais elevadas durante à tarde.
No nordeste Brasileiro, principalmente nas áreas do sertão e agreste, as chuvas continuarão abaixo do esperado, não sendo suficientes para quebrar o longo período de estiagem. A zona de Convergência Intertropical irá influenciar de maneira discreta os setores norte da região Nordeste, com possibilidade de chuvas abaixo da média histórica.
Concluindo, teremos um final de verão quente e abafado em grande parte do Brasil, porém menos úmido que o normal; a exceção seria alguns pontos do litoral do Sudeste e parte da região sul do Brasil. A tendência de ocorrência de chuvas mais volumosas de maneira mais abrangente está prognosticada a partir do dia 13 de março e podendo estender-se até 25 de março. (prognóstico sujeito a alterações). As chuvas mais abrangentes no Sudeste e Centro Oeste do Brasil poderão ser decorrentes do surgimento de um novo episódio da Zona de Convergência de Umidade. As frentes frias que passarão pelo sul do Brasil, poderão associar-se a este canal de umidade.
Elder
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Verão - Janeiro, Fevereiro e Março - 2013


O verão é caracterizado como a época mais chuvosa do ano em muitas Regiões Brasileiras. As temperaturas permanecem elevadas no Brasil. Geralmente, ocorrem chuvas intensas devido à formação de sistemas meteorológicos propícios.  Nesta época do ano há formação de um corredor de umidade entre a Amazônia e o Sudeste do Brasil, que recebe o nome de Zona de Convergência de Umidade (ZCOU). Quando ocorrem em dias sucessivos de chuvas intensas, com associação as frentes frias semi-estacionárias, estabelece a presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS ao longo de cada ano se posiciona de acordo com o fluxo de umidade oriundo da Amazônia. Às vezes ela se posiciona mais ao norte, principalmente em anos de La Niña e, mais ao sul em anos de El Niño. Mas podemos ressaltar que esse posicionamento não funciona de forma automática ou regular; há muitas variações entre um ano e outro. Também podemos dizer que esse fluxo de umidade pode ser mais intenso ou menos intenso entre um ano e outro.  Outro sistema importante que atua sobre grande parte do Brasil é a Alta da Bolívia, estimulando a formação de áreas de instabilidade com trovoadas, principalmente à tarde e parte da noite.  Esta estação é marcada pelos aguaceiros intensos, trovoadas e até dias contínuos de chuva.

No norte do Brasil, há uma maior aproximação, a partir de janeiro, da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), permitindo fortes chuvas sobre a Amazônia, norte do Nordeste e incursionando sobre o sertão nordestino. Entre o fim de Dezembro e início de Janeiro já ocorrem trovoadas e chuvas isoladas sobre parte do sertão nordestino, quando somente a partir de março há uma maior consolidação das chuvas sobre a região.

Nesta época do ano as incursões de massas de ar frio ficam inibidas, portanto praticamente sem frio. Quando ocorre alguma entrada de ar frio sobre o sul do Brasil, é de forma esporádica ou em períodos curtos que não ultrapassam dois dias.
Tendência:

O verão 2013 será caracterizado por fortes pancadas de chuva principalmente no período da tarde e parte da noite. As chuvas devem ficar na categoria um pouco abaixo da normal climatológica à dentro da normal climatológica na maior parte das Regiões Brasileiras. As temperaturas se comportarão acima da média neste período estacional.

Norte:

No oeste e noroeste da região devem ocorrer chuvas intensas com trovoadas. As chuvas serão localmente fortes e com volumes significativos em curtos intervalos de tempo. As temperaturas estarão um pouco acima da média. Em parte de Rondônia e sul do Acre podem ocorrer dois cenários ao longo dos próximos três meses: um, seria com chuvas dentro da média e outro, com chuvas abaixo da media, ou seja, as chuvas podem não ser bem distribuídas ao longo da estação. Na Amazônia centro-oriental as chuvas podem se comportar de forma mais irregular, com períodos de estiagem intercalados com períodos de chuvas localmente fortes, trovoadas, e rajadas fortes de vento. Será um período de temperaturas elevadas, ou seja, acima da média.

Nordeste:

Os modelos climáticos ainda apontam para manutenção das condições secas na região, principalmente no sertão nordestino, apesar da chegada de algumas chuvas no inicio de janeiro ao sertão nordestino. Portanto, não deve ainda amenizar as condições secas e severas estabelecidas. Portanto, a região ainda deve continuar com baixos valores pluviométricos, com chuva abaixo do esperado. As condições anômalas da temperatura das águas do Atlântico continuam desfavoráveis para uma maior regularidade na distribuição de chuvas. O norte da região deve experimentar chuvas abaixo da média. A temperatura deve permanecer dentro dos valores para estação no centro-leste da região e ligeiramente acima da média no oeste do Nordeste.

Centro Oeste:

De acordo com as projeções para a estação, o verão será bem quente, com temperaturas acima da média climatológica. Há chance para ondas de calor entre a última dezena de Dezembro e meados de Janeiro, não se descartam outras ondas de calor ao longo da estação. Portanto, poderemos ter situações de idas e vindas de ondas de calor. Quanto à distribuição de chuva, permanece o padrão de irregularidade das mesmas no tempo e no espaço. Há chance para grande aguaceiros com trovoadas e rajadas fortes de vento.  O Corredor de Umidade  estará atuando um pouco mais ao sul da região, mas com intensidade irregular. Há tendência para ocorrer estiagens principalmente no leste da região ou possíveis veranicos. As chuvas ficarão abaixo do esperado principalmente na primeira parte da estação, podendo convergir para a média climatológica a partir da segunda metade do verão.

Sudeste:

O verão será típico em parte desta estação. Deve começar mais seco e quente que o normal. A partir de meados de Janeiro as chuvas podem ser mais intensas, porém mal distribuídas. Há chance para o estabelecimento de temperaturas máximas extremas, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo e leste da região. O sul da região pode experimentar chuvas mais intensas, convergindo para a média. Em alguns pontos do Sudeste as chuvas podem ficar acima da média histórica. Não se descarta grandes volumes de chuva de curta duração, principalmente no estado de São Paulo e sua capital, bem como no sul e zona da mata de Minas Gerais. Também podem ocorrer eventos de tempo severo, chuva forte ou intensa em setores serranos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, bem como na Baixada Fluminense, região de Angra dos Reis e litoral Capixaba. Esses eventos extremos das condições de tempo devem ser acompanhados nas previsões de curto prazo oferecidas pelos institutos oficiais de Meteorologia. Sendo que muitas tempestades só podem ser previstas com algumas horas de antecedência, com auxílio do radar meteorológico e imagens de satélite.

Sul:

A estação mais quente do ano deve se comportar de forma típica na região Sul. Onde haverá dias bem quentes com temperaturas extremadas, como também dias de fortes temporais devido à propagação de frentes frias e áreas de instabilidade. Nesta estação, o centro-oeste da região terá temperaturas com o comportamento acima da média, enquanto que o leste da região os termômetros ficarão dentro dos padrões para esta época do ano. Na primeira fase da estação há chance para ondas de calor intensas, seguidas de tempo severo, com ventanias e granizo, principalmente no Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina e do Paraná. As chuvas poderão se comportar entre a categoria normal a acima da normal climatológica, podendo ser mal distribuídas ao longo dos próximos meses. Há chance para maior formação de áreas de baixa pressão sobre a região. As águas do Atlântico tendem ficar mais quentes que o normal, portanto há combustível para formação de fortes tempestades no setor sudoeste do Atlântico na costa do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai e foz do rio da Plata, bem como na faixa leste da região Sul.

 Elder

Abaixo segue o comportamento climatológico da precipitação e a tendência climática de médio e longo prazo de outros centros de previsão.

Fonte:CPTEC/INMET
 
 
Próximos 15 dias - Modelo COLA 
 
 
 


Modelo Europeu





Fonte: ECMWF
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sábado, 24 de novembro de 2012

Previsão de Chuvas Intensas no Centro-Sul do Brasil


 
Áreas de instabilidade irão se fortalecer nos próximos dias no centro-sul do Brasil. Uma frente fria que passará pela região sul irá reforçar estas áreas instabilidade. Um canal de  umidade estará atuando entre a Amazônia e a região Sudeste do Brasil, passando pela região Centro Oeste (ZCOU). Com isto serão esperados volumes significativos de chuva nos estados do Centro Oeste e Sudeste do Brasil. Na região Sul haverá também volumes significativos em áreas isoladas. Nesta última região os temporais podem estar acompanhados de ventos fortes e possibilidade de granizo. Nas demais regiões citadas pode haver rajada forte de vento.
Na região Sudeste, principalmente em parte do Estado de São Paulo, sul e leste de Minas Gerais, bem como o Triângulo Mineiro,  região Serrana do Rio de Janeiro, a Capital Fluminense e o Espírito Santo, são esperadas chuvas volumosas. Estes estados poderão entrar em estado de atenção ou alerta.
A maior probabilidade do período crítico de chuvas intensas e volumosas, segundo os modelos numéricos e análises meteorológicas será entre 24 de Novembro a 30 de Novembro, com possibilidade de prolongar até a primeira semana de dezembro.
Com a intensa nebulosidade a temperatura durante o dia não deve subir tanto, mas não se descarta tempo abafado em algumas localidades, combustível importante para formação de temporais localmente fortes.
No primeiro decêndio de dezembro, os modelos climáticos globais (sujeito a confirmação) apontam para muita chuva em grande parte do Centro Oeste do Brasil, principalmente no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com boas chances de chuvas intensas na região do Pantanal.
 
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Lembrando: é bom acompanhar os grupos de previsão dos diversos institutos de meteorologia, pois eles fornecerão mais detalhes sobre as localidades mais prováveis de chuva intensa, com grande precisão, à medida que se aproximam os eventos no curto prazo. Em prazo menor, as ferramentas disponíveis são bem mais precisas, bem como há recursos de radares meteorológicos e satélites que conseguem visualizar a formação de tempo severo ou chuvas intensas com até três horas de antecedência.

Elder

copyrigth 2007-2012

sábado, 3 de novembro de 2012

Outubro 2012 - Aconteceu...

 
O mês de outubro foi bem quente e com distribuição irregular de chuvas no tempo e no espaço em grande parte do Brasil. Este quadro foi previsto, neste blog, em prognósticos anteriores. Foram registrados tempo severo, ventania, granizo e chuva forte em várias localidades do sul do Brasil, parte do Centro Oeste e parte do Sudeste Brasileiro. Estes fenômenos, bem como viradas rápidas das condições do tempo são típicos da Primavera. Nesta época do ano o ar frio vindo do extremo sul do continente Sul Americano penetra, em forma de incursão rápida. Já no centro-sul brasileiro é encontrado um ambiente aquecido e com condições atmosféricas tendendo a úmido. O choque das duas massas de naturezas diferentes contribui para formação de tempo severo e condições para de tempestades, quer de maior amplitude ou de caráter local.

Neste mês de outubro, tivemos passagens de frentes frias, aquecimento e umidade disponível da atmosfera alimentando os sistemas que culminaram em temporais localmente fortes, nas regiões sul e parte do sudeste do Brasil. Também no estado de São Paulo foram registrados episódios severos com ventania e granizo em algumas localidades.

As temperaturas permaneceram elevadas, estabelecendo máximas anuais e até recordes; o exemplo de Belo Horizonte e São Paulo, onde os termômetros registram 37.1°C e 36.6°C respectivamente, a marca maior da sua história. Do ponto de vista da temperatura mínima, neste mês, também foram observadas noites abafadas e bem quentes, estabelecendo as maiores mínimas da história em muitas localidades do sudeste e centro oeste. O exemplo é Goiânia, onde no final de outubro os termômetros registraram 26°C durante o amanhecer, portanto a maior marca desde que se medem temperaturas nesta capital.
Fonte: Cptec
 
 
Este calor excessivo está relacionado com a Massa Tropical Continental, uma região de baixa pressão que tem domicílio na região do Chaco, se deslocando para o interior do Brasil. Isto é comum nesta época do ano, sendo que em certos anos, ela atua com maior severidade. Esta massa de ar é de característica quente e seca. Outra causa para excesso de calor, é o atraso da formação do corredor de umidade que se forma e se mantém a partir do dia 10 de outubro. O corredor de umidade se estende numa faixa diagonal entre a Amazônia e o Sudeste do Brasil (ZCOU). A partir de Novembro a ZCOU evolui para episódios de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). A ZCOU é responsável pelo aumento significativo de nebulosidade, formação de nuvens carregadas e consequente ocorrência de pancadas fortes de chuva, acompanhadas de trovoadas e rajadas fortes de vento.

No sul do Brasil, o forte fluxo de norte contribuiu para o aquecimento da atmosfera, intercalando dias com chuva forte e dias calorosos e secos. Também foram registradas madrugadas um pouco frias, devido à passagem de alta pressão migratória. As regiões mais altas da região registraram ainda temperaturas baixas por curtos intervalos de tempo.

Quanto à precipitação, no balanço geral, tivemos chuvas dentro da média, porém mal distribuídas grande parte do sul do Brasil. Chuvas abaixo da média e mal distribuídas no centro oeste e grande parte do sudeste brasileiro. No nordeste brasileiro as chuvas ficaram um pouco abaixo da média. Enquanto que no norte, no oeste do Pará e parte de Roraima as chuvas ficarm um pouco acima da normal climatológica. Já restante da região Norte as chuvas ficaram abaixo do esperado, com forte calor. Houveram setores pontuais dentro de grande parte da região chuvas fortes e significativas que acabaram levando a precipitação em torno da média ou próximo a ela: o exemplo seria Manaus, Rio Branco e áreas de Porto Velho.
Fonte: Cptec
 
Elder
 
 
copyrigth 2007 - 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Segundo Cenário para a Primavera 2012


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O segundo cenário de modelos numéricos para precipitação e temperatura é apresentado na tabela abaixo. Esse cenário complementa o prognóstico postado anteriormente.

LOGO      Região:
Centro Oeste
Precipitação – ligeiramente abaixo da média no centro-leste da região. As chuvas serão mal distribuídas. Na metade oeste as chuvas ficarão dentro da média climatológica.
Temperatura – estará acima da média em toda a região
 
Sudeste
Precipitação - acima da média no centro-leste da região, principalmente na segunda parte da primavera. No oeste chuvas mal distribuídas, mas dentro da média.
Temperatura -  estará acima da média
 
Sul
Precipitaçãoacima da média no setor leste da região. Na categoria dentro da média a ligeiramente abaixo da media na porção oeste.
Temperaturadentro da média no centro leste da região e um pouco acima da media no oeste.
 
Nordeste
Precipitação – abaixo da média no litoral oriental do nordeste. Chuvas com irregularidade no litoral da Bahia e Sergipe. Chuvas dentro da média no sertão nordestino e abaixo da média no litoral norte da região.
Temperaturapode estar um pouco abaixo da média no litoral (da Bahia ao Rio Grande do Norte). Interior do nordeste as temperaturas estarão acima da média.
 
Norte
Precipitação - abaixo da media  no centro leste do Amazonas, oeste do Pará. Demais localidades a precipitação deve ficar em torno da média climatológica.
Temperaturadeve ficar  acima da média em toda a região

 Elder